1 – “A Imagem da Cidade” – Livro publicado em 1960, pelo urbanista e professor do M.I.T., Kevin Lynch, onde ele faz uma reflexão sobre os aspectos da cidade, a forma como os indivíduos estruturam a percepção do espaço, a importância desse aspecto e a possiblidade de modificá-lo.
Segundo Lynch, a nossa percepção sobre o espaço urbano é formada por um conjunto de elementos que dão significado e forma à imagem da cidade, essa imagem formada depende da clareza (também chamada de “legibilidade”) em que os elementos da paisagem podem ser reconhecidos pelos usuários.
2 – A pesquisa de Lynch, que durou cerca de 5 anos, teve como objetivo comprovar que a análise da forma existente e de seus efeitos sobre o cidadão seja um dos pilares do design das cidades e, dessa forma, traçar técnicas para o planejamento urbano que fossem mais eficazes.
Nesse estudo, Lynch analisou a região central de três cidades norte-americanas: Boston, Jersey City e Los Angeles.
A metodologia que ele utilizou foi o de reconhecimento da região com mapas e fotografias tiradas para o estudo e várias entrevistas com moradores e usuários frequentes da região, onde ele questiona a relação emocional do entrevistado com a área e pedia-lhe para esboçar seus percursos e pontos que fariam pensar naquela região.
3 – Fazendo um paralelo com o estudo de Kevin Lynch, o objeto de observação deste estudo é a cidade de São José do Rio Preto, que possui cerca de 409 mil habitantes e importante representatividade histórico-cultural para sua região.
4 – Para estruturar a leitura da cidade, Lynch descreve a construção da imagem ambiental como um processo entre o observador e o ambiente. O ambiente, por sua vez, pode manifestar-se de diversas maneiras para cada indivíduo, mas através dos estereótipos sociais e culturais, a interpretação do ambiente passa a depender da adaptação dos usuários aos seus aspectos relacionados com a progressão do tempo.
Essa imagem será, então, decomposta em três componentes:
1) Identidade;
2) Estrutura; e
3) Significado.
A primeira como parte da identificação do objeto e a sua diferenciação de outras coisas. Característica que observa a singularidade do objeto na paisagem. O segundo componente, a estrutura, determina a forma como a imagem deve incluir a relação espacial com seu entorno. E, por fim, a relação mais diversa e paradigmática do objeto com o seu observador é o seu significado.
5 – Para que a imagem mental seja formada, os objetos do ambiente físico precisam ser visíveis, nítidos e intensamente presentes ao sentido: essas características condicionam a “imaginabilidade” dos ambientes urbanos.
A cidade que conhecemos hoje é, então, um conjunto: de pessoas, construções e arquétipos. Parte dos resultados do trabalho de Lynch foi a compilação de 5 pontos arquetípicos presentes na imagem mental “coletiva” da população, são eles:
a. As Vias: que podem ser classificadas como canais dos quais o observador se locomove de modo habitual, ocasional ou potencial – em Rio Preto as vias mais importantes do traçado urbano são as rodovias (SP-310 Washington Luiz, SP-425 Assis Chateaubriand, SP-427 Décio Custódio da Silva e BR-153 Transbrasiliana), a ferrovia, as avenidas (Av. Baddy Bassitt, Av. Alberto Andaló, Av. Philadelpho Manoel Gouvêa Neto, Av. Murchid Homsi, Av. Potirendaba, Av. Nossa Senhora da Paz, Av. Alberto Olivery, Av. Mirassolândia, Av. Fortunato Ernesto Vetorasso etc.), as ruas (R. General Glicério, R. Independência, R. Bernadino de Campos etc.) e as ciclovias e ciclofaixas;
b. Os Limites: elementos lineares que não são considerados vias pelos usuários, geralmente são fronteiras entre dois tipos de áreas, quebras de continuidade do espaço. Em nosso local de estudo, é possível citar limites conhecidos: os muros que encerram os condomínios horizontais da cidade, a Represa Municipal, o Rio Preto e a própria ferrovia no centro da cidade.
c. Bairros: São áreas relativamente grandes da cidade, nas quais o observador pode penetrar mentalmente e possuem algumas características em comum. Em Rio Preto, por sua vez, pode-se citar o Centro, Vila Nossa Sra. Da Paz, Estoril, Jardim Canaã, o Distrito Industrial, Eldorado, Solo Sagrado I e II, Jardim Nazareth entre outros que se caracterizam por possuírem traçado e edificações diferentes do comumente utilizado no restante da cidade;
d. Cruzamentos: (ou pontos nodais) são pontos estratégicos nos quais o observador pode entrar, tipicamente conexões de vias ou concentrações de alguma característica, dependendo da escala de observação, podem ser grandes praças, trevos de rodovias, cruzamentos de avenidas e ruas, ou a própria cidade pode se tornar um ponto nodal, analisando-se em escala nacional, por exemplo; e
e. Marcos: que são pontos de referência externos ao observador, elementos físicos que podem ser bastante variáveis – construções, elementos naturais, pequenos ou grandes, servem de referência para direções e associações no uso contínuo do espaço. Em Rio Preto há inúmeras referências, como o Edifício Navarro na Av. José Munia, o Centro Regional de Eventos, o Colégio Santo André próximo ao Centro da cidade, o Complexo Swift de Educação e Cultura, o Palácio das Águas, o IBILCE Unesp e outros exemplos que também são frequentemente utilizados na cidade.
6 – Todos os elementos citados podem interagir entre si, um arquétipo se confunde com outro, da mesma forma que a linha do trem pode ser um limite na cidade, dividindo o norte e o sul, ela também pode ser uma via, para quem está levando as cargas. Assim como um marco pode influenciar em um ponto nodal, e vice-versa.
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SE FOR CITAR, USE:
(ABNT)
MONTEIRO, Isabele Baptista; et al. A Imagem da cidade: Estudo do caso de São José do Rio Preto Baseado na obra de Kevin Lynch. 2018. Trabalho Acadêmico (Bacharelado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Paulista, São José do Rio Preto - SP, 2018. Disponível em: <...>. Acesso em: xxxxx.
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Uma bela cidade e um ótimo trabalho.
ResponderExcluirAgora eu sei tudo sobre os marcos da cidade!!